Como ela goza? Tudo que você precisa saber sobre masturbação feminina
Masturbação Feminina: Como ela goza?
Pra gente não ficar nessa curiosidade toda e porque siririca não precisa ser tabu!
Volta a fita… Aos 16 anos, eu e mais duas amigas estávamos acomodadas no sofá da casa de outro amigo. O filme era . , buscando encontrar a sensualidade do cisne negro dentro de sua rígida pureza cultivada por anos, atira os bichos de pelúcia no chão, encrava os joelhos na cama, afunda os ombros e a cabeça no lençol e submerge os dedos em si mesma pela primeira vez. Para nós, no sofá, também era a primeira vez que víamos uma masturbação feminina vir a público. Assistindo aos espasmos violentos da personagem, numa mistura de prazer e sofrimento intenso, o único homem da sala pausa o filme e pergunta:
— Gente, é assim mesmo ou ela tá exagerando?
O sofá virou um desconforto só. Nunca tínhamos conversado sobre masturbação, nem de brincadeirinha, igual os meninos faziam. Ainda não tinha me ocorrido que um dia eu precisaria responder sobre isso.
— Ein, gente? Quer dizer, vocês fazem isso, né?
Ninguém respondeu, e a primeira a se manifestar resolveu censurar a conversa com um “Isso é coisa que se pergunte!?”. Eu e a outra concordamos por consequência, porque calamos. Alguém deu play no filme e o assunto morreu por um tempo.
Acelera a fita…
Se a masturbação feminina não fosse tabu, nosso amigo sequer precisaria formular a pergunta, mas uma vez perguntada, a resposta certamente seria: sim, é exatamente assim.
Os bichos de pelúcia te observam com cara de “você não era assim antes”, os espasmos grandiosos te obrigam a enfiar a cara cada vez mais fundo no travesseiro para abafar os grunhidos, há uma insegurança no cenário, o medo de ser flagrada, uma culpa de um não-sei-quê e a vergonha de pensar no julgamento alheio.
Não era preciso nem buscar a vergonha nos detalhes da cena, ela estava lá na sala, bem estampada no nosso silêncio.
A parte positiva é que começa assim, mas depois melhora. Quando a gente se abre pra conversar com as amigas, pra se entender, a vergonha passa e a culpa se dissolve em prazer e poder.
Depois, quando uma mulher se aventura dentro de si mesma, sem medo, sem impor limites, descobre que não é só um ser sentimental, como costumam dizer, mas seu corpo também é dotado de o capacidades sensitivas, e seus prazeres puramente físicos não perdem em nada para os masculinos. Aliás, até levamos vantagem na variedade.
Só o passo básico da siririca é um tango, composto de oito movimentos entre direita, esquerda, frente e trás, cruza, arrasta, troca o peso e volta. Isso sem falar nos floreios. Não quero com isso menosprezar a dinâmica da punheta, mas vamos admitir que é um privilégio poder gozar com infinitas combinações de movimentos. Uma bela batida clássica – nem precisa de vibradores, lubrificante que dá choque nem nada de artifícios – se revela um processo de catarse físico e espiritual.
Um dedo lá dentro, devagar, manda saliva. Dois dedos, um pouquinho mais rápido, três dedos, fica só na pontinha. Faz o músculo apertar. Volta pra um só, coloca bem no fundo, contrai e solta só com a pressão interna. Aperta forte, expulsa. Foco pro dedo. Pressiona no ponto G, gancha pra frente, devagar. No clitóris, de um lado pro outro. Rápido! Mas de leve… Troca de mão, uma batendo dentro, outra remixando o disco do lado de fora. Ai meu dedo! Aguenta! Mais rápido. As contrações internas expulsam o dedo e ele se intromete de volta para dentro, a perna treme, a cama treme. Ai meu dedo! Só mais um pouquinho, um… dois….travesseiro, travesseiro! TRÁ. A boceta se contraí e borbulha mil vezes em um segundo, o corpo ricocheteia pra cima e despenca em seguida. Quase um exorcismo de tensões. Tudo fica paralisado, trimilicado.
Quando o grito final não precisa ser escondido, ele é um “Yes, I Can” professado da língua universal dos prazeres, contrariando todas as antigas máximas que diziam que mulher não goza. Quando finalmente o sangue volta para as pernas, o levantar é triunfal, é como ser aquela super heroína que emerge vitoriosa dos destroços, descabelada, suada, com a bochecha vermelha, só que ao invés das feridas ostenta um ou dois dedos enrugados e carrega no peito o orgulho da missão bem cumprida.